Optou por putas…
…foi o que aconteceu ao Miguel. Eram 21h50 de uma terça-feira e a semana ia repetir-se. Trabalho do sol da manhã até aos candeeiros da noite. Casa vazia. Mesa para um. Loiça suja para muitos. Resultado? Miguel optou por putas.
E optar é uma honra. É uma escolha. Optar por ser homossexual é mais do um desvio de comportamento. É uma opção. Optar por o amor de uma puta é de uma lisonja digna. Aliás, o prémio Nobel, o nosso Saramago, admite a páginas tantas do «Memorial do Convento», ao referir-se a putas, que aquilo é “gente séria”. Subscrito. Fair trade. Nada que enganar. Minutos, horas, noites. Tudo contabilizado. Um trabalho pago. Há piores. Mais mal pagos e com prazer zerado. O amor por uma puta dura 24 horas. Ou por uma streaper, se for o caso.
E putas porque meretrizes é como chamar negros aos pretos. É um acto de cobardia verbal. Um racismo subjacente de muito mau gosto. O melhor mesmo é tratar pelo nome. E puta é digno. Aliás, outro Nobel, o Garcia Marques não escreveu «Memórias das Minhas Meretrizes Tristes» ou «Memórias das Minhas Kengas Tristes». Escreveu «Memórias da Minhas Putas Tristes». E era um livro rápido, de um tipo com dificuldade para não depender das putas, as suas verdadeiras loucuras, os seus verdadeiros amores. O homem é de letras, porra! Ele sabe o que escreve.
No norte do nosso país, quando se saúda alguém que nos é próximo temos dois caminhos. «Este caralho pá!» ou «Este filho-da-puta». Ou seja, a mesma pessoa é um valente falo, másculo, viril, erecto, e ao mesmo tempo é um filho-da-puta, um gajo do caraças, um bacano, filho de uma mãe diferente, de uma mãe que tudo fez para ser feliz e para dar felicidade a todos os outros.
O Miguel desta história optou por putas porque lhes reconhece autoridade social. Reconhece-lhes valor. Paga pela excelência da companhia. Flirta, namora, redime-se. Se as amizades se pagam. Se os abraços e palmadas nas costas contabilizam a dívida ao próximo. É um ser compreensivo este Miguel…
E optar é uma honra. É uma escolha. Optar por ser homossexual é mais do um desvio de comportamento. É uma opção. Optar por o amor de uma puta é de uma lisonja digna. Aliás, o prémio Nobel, o nosso Saramago, admite a páginas tantas do «Memorial do Convento», ao referir-se a putas, que aquilo é “gente séria”. Subscrito. Fair trade. Nada que enganar. Minutos, horas, noites. Tudo contabilizado. Um trabalho pago. Há piores. Mais mal pagos e com prazer zerado. O amor por uma puta dura 24 horas. Ou por uma streaper, se for o caso.
E putas porque meretrizes é como chamar negros aos pretos. É um acto de cobardia verbal. Um racismo subjacente de muito mau gosto. O melhor mesmo é tratar pelo nome. E puta é digno. Aliás, outro Nobel, o Garcia Marques não escreveu «Memórias das Minhas Meretrizes Tristes» ou «Memórias das Minhas Kengas Tristes». Escreveu «Memórias da Minhas Putas Tristes». E era um livro rápido, de um tipo com dificuldade para não depender das putas, as suas verdadeiras loucuras, os seus verdadeiros amores. O homem é de letras, porra! Ele sabe o que escreve.
No norte do nosso país, quando se saúda alguém que nos é próximo temos dois caminhos. «Este caralho pá!» ou «Este filho-da-puta». Ou seja, a mesma pessoa é um valente falo, másculo, viril, erecto, e ao mesmo tempo é um filho-da-puta, um gajo do caraças, um bacano, filho de uma mãe diferente, de uma mãe que tudo fez para ser feliz e para dar felicidade a todos os outros.
O Miguel desta história optou por putas porque lhes reconhece autoridade social. Reconhece-lhes valor. Paga pela excelência da companhia. Flirta, namora, redime-se. Se as amizades se pagam. Se os abraços e palmadas nas costas contabilizam a dívida ao próximo. É um ser compreensivo este Miguel…