Duas Coisas Muito Importantes

Na era da imagem. Sem imagens. Só palavras de duplo sentido. Que desenham qualquer coisa...

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Location: Lisboa, Olissipo, Portugal

Tuesday, March 03, 2009

Um aplauso ao ódio…

…clap clap clap. Ter a capacidade de odiar é um exercício cansativo. Inconsequente. Pouco eficaz. Desviante do essencial. Há tanto para amar, para quê um ódio que corrói? Dito isto, convém defender estas linhas dúbias. E assim sendo, toda a acção carrega o seu oposto, logo, a capacidade de odiar carrega em sim uma desmesurada vontade de amar…Love-hate-love. Velha e cansada história. Não tenho muita paciência para odiar. Cá tenho os meus fígados azedos com determinados apontamentos, mas é passivo. Não é condutor nem conduta.

O Jorge Palma, esse miserável, consta lá no cabeçalho dos odiozecos. Tal como o Jim Morrisson, a quem um dia hei-de desfazer os ossos. O pobre do Palma é um palhaço pobre. Um actor social num país que encobre a sua riqueza apontando para os rotos que passeiam na rua. O Palma é esse triste. É esse lamento. É esse caixote do lixo. É esse amor barato escrito em rimas tolas e desprovidas de sentido. É um monte de copos encaixotados em pseudo-poemas de músicas de outros. Do Paul Simon ao Bob Dylan à “chansõn francésse” todos levam com o trôpego do Palma. O bêbado pobre trata de lhes roubar acordes e carregar-lhe com whiskey e cigarros fumados em letras esfumadas.

Até se pode considerar que o «Frágil» é um hino ao miserável. É. É e ponto. Nada mais do que isso. Que o «Bairro do Amor» e outras tantas bezanas mal curadas encalham em rimas repetidas, parece-me óbvio. Sem ideias e sempre à volta do quê? Ah a bezana e tão triste que sou…O Palma é o gajo que aguenta valentes palmadas dos seus amigos de luta. Dos que já largaram o cavalo. Dos homens de outros noites. Dos yuppies de agora. É o tontinho. É o gajo que desculpamos no grupo de amigos, sempre com o pensamento “epá, este gajo pá…coitado…mas é um bacano”… Tédio. É um tédio. E quase que voltava atrás quando ouvi o “Encosta-te a mim”. Encosta-te senão caio.

As melhores coisas que ouvi dele, curiosamente, ou não é dele ou tem gente com ele a trabalhar. Ora a Mafalda Veiga, sim, ficou muito bem a musiquinha, ou quando o triste Palma se mete com a Brigada Victor Jara e, mais recentemente, com a Cristina Branco. Uma pérola esta música chamada «Margarida», trabalhada pela joalharia de Mário Laginha. Um poema de um “outro” de Pessoa (Álvaro de Campos). Lindíssima. Muito bem cantada. Muito bem arranjada (Grande Ricardo Dias!!!). Um mimo. Uma classe. Um grande disco…

Quanto ao cantor do metro (que ideia tão bem vendida!!!) a coisa correu-lhe bem. Vá lá. Vá Palma…deixa-te estar entre a malta que precisamos de uns palhaços para animar a malta…

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