A frieza é…
… das coisas mais saudáveis que o ser humano tem. Eu refiro-me à “novelle frieze”. Uma nova frieza completamente atenta aos novos formatos comunicantes que se começam a estudar por essas universidades fora. O markting tolo e relações públicas de decotes maiores que o cérebro estão, não fora de moda, mas condenados. E a sua sentença final dá-se no momento seguinte em que o que sai da boca nos faz detestar o que levamos radiantemente pelos olhos dentro. Não queremos amizade. Queremos um serviço. A simpatia não sobrevive nos dentes nem em decotes.
A «nouvelle frieze» é uma coisa muito mais sofisticada. Está patente em todos os restaurantes decentes. Todos os botecos consideráveis. E até mesmo no fast food mais gorduroso. Aquele atendimento frio, implacável, em que o sorriso tolo e de ocasião é substituído por uma eficácia inapelável. Primeiro «um boa noite» de bons modos. A pergunta sobre a ementa escolhida. Anota-se o pedido. Um «até já, com licença». No momento seguinte já estamos com uma comida quentinha e razoavelmente saborosa. Depende da casa de pasto. Nos “entretantos” não somos incomodados com nenhuma pergunta parva de ocasião, em que o profissional da mesa pergunta se «está tudo bem?», sabendo diante de mão que aquele repasto foi a pior escolha do cliente. Nada. O que o profissional faz é passar pela mesa. Isso basta. Facilita a comunicação. Mantém a discrição. Ao passar pela mesa, se os copos estiverem vazios, toca a retocar a maquilhagem e dar-lhes mais um vermelhinho para dentro. O profissional mantém-se atento a algum sobressalto na mesa. Algum incómodo do cliente que precisa de mais um bocadinho de molho da casa. O sinal é uma inquietude surda. O profissional, dos bons, assume a falta e rectifica-se.
Esta «nouvelle frieze» não tem rigorosamente nada a ver com má educação ou alteração dos códigos de bons costumes. Estamos perante uma objectividade impar. Quando me dirijo ao Pinguim (à Estrada de Benfica) quero lá que a lésbica detrás do balcão me sorria. Bem sei que os dentes nem bonitos são, porque já tive o cuidado de registar um sorriso para uma morena que lhe resgatava uma Lasanha vegetariana (muito boa por sinal!, a Lasanha). Quero que a lésbica e a sua “partenér” (suspeito que não seja…) me entreguem a comida. Digam-me o preço. Não se metam na minha vida («ah já cá não vinha à muito tempo»). «Aqui tem» basta-me. Dispenso o «até amanhã».
No máximo, a «nouvelle frieze» pode sugerir. Se lhe for pedido tamanho serviço. Era uma terça-feira, 13. Perto da meia noite. Saí do Pavilhão de Portugal e precisava de retocar o meu estômago roliço. Rápido e uma treta qualquer. Essa casa de sandes seria válida. A rechonchudinha do balcão aceitou a minha pergunta («Ainda servem?»). «Até à meia-noite» desviando os lábios ao de leve só para me informar que a minha pergunta era desnecessária. Eu queria mais dela. Queria a sua simpatia vazia. «O que me sugere?». Ela, rechonchuda e batida em fast-food, «eu, pessoalmente, gosto muito de chapata e bla bla bla». «Tá rechonchuda, dá-me lá uma das tuas que és de uma frieza confrangedora que tanto gosto». Não disse. Pensei. Comi. Gostei. Agradeci-lhe. Tudo na maior das friezas porque ambos sabíamos que era um encontro ocasional…
A «nouvelle frieze» é uma coisa muito mais sofisticada. Está patente em todos os restaurantes decentes. Todos os botecos consideráveis. E até mesmo no fast food mais gorduroso. Aquele atendimento frio, implacável, em que o sorriso tolo e de ocasião é substituído por uma eficácia inapelável. Primeiro «um boa noite» de bons modos. A pergunta sobre a ementa escolhida. Anota-se o pedido. Um «até já, com licença». No momento seguinte já estamos com uma comida quentinha e razoavelmente saborosa. Depende da casa de pasto. Nos “entretantos” não somos incomodados com nenhuma pergunta parva de ocasião, em que o profissional da mesa pergunta se «está tudo bem?», sabendo diante de mão que aquele repasto foi a pior escolha do cliente. Nada. O que o profissional faz é passar pela mesa. Isso basta. Facilita a comunicação. Mantém a discrição. Ao passar pela mesa, se os copos estiverem vazios, toca a retocar a maquilhagem e dar-lhes mais um vermelhinho para dentro. O profissional mantém-se atento a algum sobressalto na mesa. Algum incómodo do cliente que precisa de mais um bocadinho de molho da casa. O sinal é uma inquietude surda. O profissional, dos bons, assume a falta e rectifica-se.
Esta «nouvelle frieze» não tem rigorosamente nada a ver com má educação ou alteração dos códigos de bons costumes. Estamos perante uma objectividade impar. Quando me dirijo ao Pinguim (à Estrada de Benfica) quero lá que a lésbica detrás do balcão me sorria. Bem sei que os dentes nem bonitos são, porque já tive o cuidado de registar um sorriso para uma morena que lhe resgatava uma Lasanha vegetariana (muito boa por sinal!, a Lasanha). Quero que a lésbica e a sua “partenér” (suspeito que não seja…) me entreguem a comida. Digam-me o preço. Não se metam na minha vida («ah já cá não vinha à muito tempo»). «Aqui tem» basta-me. Dispenso o «até amanhã».
No máximo, a «nouvelle frieze» pode sugerir. Se lhe for pedido tamanho serviço. Era uma terça-feira, 13. Perto da meia noite. Saí do Pavilhão de Portugal e precisava de retocar o meu estômago roliço. Rápido e uma treta qualquer. Essa casa de sandes seria válida. A rechonchudinha do balcão aceitou a minha pergunta («Ainda servem?»). «Até à meia-noite» desviando os lábios ao de leve só para me informar que a minha pergunta era desnecessária. Eu queria mais dela. Queria a sua simpatia vazia. «O que me sugere?». Ela, rechonchuda e batida em fast-food, «eu, pessoalmente, gosto muito de chapata e bla bla bla». «Tá rechonchuda, dá-me lá uma das tuas que és de uma frieza confrangedora que tanto gosto». Não disse. Pensei. Comi. Gostei. Agradeci-lhe. Tudo na maior das friezas porque ambos sabíamos que era um encontro ocasional…
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