Arre Carminho…
…a malta já te conhecia de nome. A malta fala de coisas novas. Frescas. A malta julga-se da música e que gosta de investigar o que mexe por aí. Perdemos tempo com rock de sarjeta e passamos uma noite etílica ao som de umas bombadas mais estúpidas que felizes. Ou estupidamente felizes, que seja.
Mas arre Carminho. Que esta coisa do fado nem tem muito por onde evitar. A malta é lisboeta e desde miúdos que andámos com os discos do Charmoso em altos berros ao domingo de manhã lá no rés-do-chão do Armando. Ele era agarrado (ainda é, em abono da verdade). Era dado a “ela” mas tinha bom gosto. «Os Putos» e a «Canoa». Aquilo a rasgar por entre o vão de escada a descoberto e batia-me cá em cima no 2ºC como um trovão em strobes por cima do alto-mar. Grande Armando…
Mas ó Carminho, arre! Não é bem por um gajo ter nascido na parideira alfacinha que tem que gostar de fado. A malta vai-se a ele e não há cá frum-fruns. E o fado, como o Charmoso o canta, não se quer muito saudoso. Ou seja, não se quer com muitos botões de camisa por arrancar, tal é a saudade a rasgar para dentro do peito. A malta quer é tomates. Música com tomates. Dores de corno assumidas. Fatalidades exorcizadas. Rasganço. Basicamente, rasganço.
Arre, ó Carminho! Esse teu sangue-azul encosta o avermelhado que há na malta. Essa tua voz aristocrata entranha-se na espinal medula do povo cá com uma pintarola. A malta do rés-do-chão ainda não te conhece, mas assim que um disco teu andar por aí, aposto que o bigode do Armando até se repela só de o ouvir. E olha que o Armando é macho à moderna.
Ó Carminho, arre! Que esse trovão, bem cantado, essas sílabas bem separadas, essas histórias perceptíveis logo na primeira volta da música, ó Carminho, olha que isso não é natural para os teus 23 anos. Isso vem do teu útero. Vem de mulher. Vem de outra sensibilidade. Vem de outro interior. Vem de outras lógicas. Vem de onde o Armando nem sonha, mas pode vir a sonhar. Dá-nos lá um disco que qualquer dia não cabemos todos dentro da casa-de-fados para te ouvir cantar…
http://www.myspace.com/fadocarminho
Mas arre Carminho. Que esta coisa do fado nem tem muito por onde evitar. A malta é lisboeta e desde miúdos que andámos com os discos do Charmoso em altos berros ao domingo de manhã lá no rés-do-chão do Armando. Ele era agarrado (ainda é, em abono da verdade). Era dado a “ela” mas tinha bom gosto. «Os Putos» e a «Canoa». Aquilo a rasgar por entre o vão de escada a descoberto e batia-me cá em cima no 2ºC como um trovão em strobes por cima do alto-mar. Grande Armando…
Mas ó Carminho, arre! Não é bem por um gajo ter nascido na parideira alfacinha que tem que gostar de fado. A malta vai-se a ele e não há cá frum-fruns. E o fado, como o Charmoso o canta, não se quer muito saudoso. Ou seja, não se quer com muitos botões de camisa por arrancar, tal é a saudade a rasgar para dentro do peito. A malta quer é tomates. Música com tomates. Dores de corno assumidas. Fatalidades exorcizadas. Rasganço. Basicamente, rasganço.
Arre, ó Carminho! Esse teu sangue-azul encosta o avermelhado que há na malta. Essa tua voz aristocrata entranha-se na espinal medula do povo cá com uma pintarola. A malta do rés-do-chão ainda não te conhece, mas assim que um disco teu andar por aí, aposto que o bigode do Armando até se repela só de o ouvir. E olha que o Armando é macho à moderna.
Ó Carminho, arre! Que esse trovão, bem cantado, essas sílabas bem separadas, essas histórias perceptíveis logo na primeira volta da música, ó Carminho, olha que isso não é natural para os teus 23 anos. Isso vem do teu útero. Vem de mulher. Vem de outra sensibilidade. Vem de outro interior. Vem de outras lógicas. Vem de onde o Armando nem sonha, mas pode vir a sonhar. Dá-nos lá um disco que qualquer dia não cabemos todos dentro da casa-de-fados para te ouvir cantar…
http://www.myspace.com/fadocarminho
3 Comments:
Parabens por toda esta prosa, que meio a brincar meio a sério, Presta uma grande homenagem, aquela que já é uma realidade no Fado. Eu adoro a CARMINHO. oBRIGADO POR SUAS PALAVRAS. uM ABRAÇO aMÉRICO
Muitíssimo obrigado pela leitura!
Continuamos apaixonados pela voz da moça!
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