Post sobre mamas…
…ou o que se quiser dizer acerca de mesas de restaurantes. Certo é que o desafio tinha que ser aceite. Numa manhã invocam o gosto pelo presente blog e lançam desafio. «Pá, podias fazer um post sobre mamas». Assim tipo de encomenda.Sei que desafiou com mamas como poderia ter desafiado com carcaças. Mas acatei. E poucas horas depois estamos à mesa de um segredo (escondido) de Lisboa e lembramo-nos: «é isto!!!».
Mamas. Esse substantivo feminino plural. E tem que ser sempre no plural. No singular perde a força da simetria. Perde o girrrrl power. E mamas acaba por ser um assunto redundante entre frequentadores assíduos de decotes alheios. Acaba por ser uma reminiscência dos primeiros dias de vida, de onde se retirava o fruto que nos permitia a sobrevivência. E, no fim de contas, uma finitude. Um lugar onde os simpatizantes desejam voltar.
Muito do que os dedicados à causa pretendem numa manhã de transportes públicos é, precisamente, fazer contas e relatar através de ficheiro Excel, sobre qual o vértice mais endiabrado que pululava para fora do pano a cada tremelique do transporte público. Nada como subir ao Saldanha, sentido Metro-Terra, e decorar as cores e texturas de toda e qualquer pele mais vistosa. O fim-de-tarde pode tornar-se num simpósio brujeço de comentários às tácticas, opções e vitórias em abordagens visuais aos desnudos pescoços femininos.
Naquela mesa de restaurante lembrei-me disso mesmo. Até porque naquelas 10 mesas só constava um decote. Um único, ténue e pálido decote. «É aqui que devemos trazer o nosso decote. A nossa gargantilha», afirmou-se ao baixo ventre. Uma casa de pasto de nome Casa do Concelho de Cinfães. Uma sala lindíssima. Talhada para ser natural. Para misturar etnografia com gravata. Cheiro a choco na brasa com um decote ténue. Uma mousse de chocolate avantajada com uns nerds de computadores da mesa ao lado. É ali que todo o decote deve permanecer. Postado ao nada. Sem que isso o impeça de ser real ou vassalo. Um decote quer-se menos importante que um restaurante. Menos importante que tudo.
Por mero exercício estético encarreguei-me, à posteriori, de um inquérito via MSN. «Sabes onde é que devemos levar uma moça a jantar?». «Qual o melhor restaurante?». «Nouvelle Cuisine ou Bruite Cuisine?». As respostas pendiam para, curiosamente, um lugar com luz. Para iluminar (o decote?). E eu só pensava na Casa de Cinfães onde uma gargantilha reluziria caso ela soubesse, tão somente, escolher a mesa. Bastava isso. Escolher a mesa. Não o decote. Não a gartilha. Por muito ténue e feia que seja, ela (a gargantilha) brilhará caso consiga escolher a mesa. E que tudo naquela gargantilha passe a brilhar. A ser o foco. A ser iluminada.
Às tantas ainda me lembrei disto que enviei por mail a alguém que agradeço sempre. "É na escolha da mesa de um restaurante que se vislumbra a sensualidade de uma mulher. Saber em que lugar do espaço se deve de ocupar num encontro a dois. Saber o que o homem pode ver sentado nesta ou naquela cadeira. Prever a que distância do incómodo de um empregado ou de alguém que se queira sentar na cadeira por detrás da do parceiro. Escolher o tom da roupa para que nada o possa distrair a não ser a figura diante de si. Dominar o homem no seu agora social. Enjaula-lo na sua condição de caçado em vez de predador. Mantê-lo igual entre os iguais. O poder feminino esmera-se nas suas opções e não na sua pele a descoberto..."
Mamas. Esse substantivo feminino plural. E tem que ser sempre no plural. No singular perde a força da simetria. Perde o girrrrl power. E mamas acaba por ser um assunto redundante entre frequentadores assíduos de decotes alheios. Acaba por ser uma reminiscência dos primeiros dias de vida, de onde se retirava o fruto que nos permitia a sobrevivência. E, no fim de contas, uma finitude. Um lugar onde os simpatizantes desejam voltar.
Muito do que os dedicados à causa pretendem numa manhã de transportes públicos é, precisamente, fazer contas e relatar através de ficheiro Excel, sobre qual o vértice mais endiabrado que pululava para fora do pano a cada tremelique do transporte público. Nada como subir ao Saldanha, sentido Metro-Terra, e decorar as cores e texturas de toda e qualquer pele mais vistosa. O fim-de-tarde pode tornar-se num simpósio brujeço de comentários às tácticas, opções e vitórias em abordagens visuais aos desnudos pescoços femininos.
Naquela mesa de restaurante lembrei-me disso mesmo. Até porque naquelas 10 mesas só constava um decote. Um único, ténue e pálido decote. «É aqui que devemos trazer o nosso decote. A nossa gargantilha», afirmou-se ao baixo ventre. Uma casa de pasto de nome Casa do Concelho de Cinfães. Uma sala lindíssima. Talhada para ser natural. Para misturar etnografia com gravata. Cheiro a choco na brasa com um decote ténue. Uma mousse de chocolate avantajada com uns nerds de computadores da mesa ao lado. É ali que todo o decote deve permanecer. Postado ao nada. Sem que isso o impeça de ser real ou vassalo. Um decote quer-se menos importante que um restaurante. Menos importante que tudo.
Por mero exercício estético encarreguei-me, à posteriori, de um inquérito via MSN. «Sabes onde é que devemos levar uma moça a jantar?». «Qual o melhor restaurante?». «Nouvelle Cuisine ou Bruite Cuisine?». As respostas pendiam para, curiosamente, um lugar com luz. Para iluminar (o decote?). E eu só pensava na Casa de Cinfães onde uma gargantilha reluziria caso ela soubesse, tão somente, escolher a mesa. Bastava isso. Escolher a mesa. Não o decote. Não a gartilha. Por muito ténue e feia que seja, ela (a gargantilha) brilhará caso consiga escolher a mesa. E que tudo naquela gargantilha passe a brilhar. A ser o foco. A ser iluminada.
Às tantas ainda me lembrei disto que enviei por mail a alguém que agradeço sempre. "É na escolha da mesa de um restaurante que se vislumbra a sensualidade de uma mulher. Saber em que lugar do espaço se deve de ocupar num encontro a dois. Saber o que o homem pode ver sentado nesta ou naquela cadeira. Prever a que distância do incómodo de um empregado ou de alguém que se queira sentar na cadeira por detrás da do parceiro. Escolher o tom da roupa para que nada o possa distrair a não ser a figura diante de si. Dominar o homem no seu agora social. Enjaula-lo na sua condição de caçado em vez de predador. Mantê-lo igual entre os iguais. O poder feminino esmera-se nas suas opções e não na sua pele a descoberto..."
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