O pé-de-cabra e a corrosão…
…já chegaram. Só falta os fartos-de-tudo e a neurose. Bom, é discos. CD ou lá como se quer chamar à coisa. O primeiro é dos Crowbar. O homónimo. O segundo é o «Deliverance» dos Corrosion of Conformity. 1993 e 1994, respectivamente
O tipo desta chafarica, infelizmente, não tinha encerrado um capítulo da adolescência. É coisa pouca. Nada de jardins proibidos ou a menina-que-nunca-beijei. Por aquela altura, basicamente, a malta chegava onde queria…
O assunto que aqui me reporto é tão factual como os dois CDs que me chegaram, via Amazon.. Na altura não havia dinheiro para os comprar, era tudo via k7. A malta com o pouco dinheiro que tinha, investia em delicatessens, que naquele tempo davam por nome de «tascas», e entregava-se aos prazeres regionais, como o vinho mais sarrafado do Cartaxo. Pagar a sala de ensaio, com o dinheiro que vinha do papelão acumulado durante a semana. Outros trocados serviam ainda para visitas ao altar de suas eminências (isso, o Estádio da Luz). E se coisa esticasse, ainda tínhamos direito a reservar uns contraceptivos na farmácia, que é para não andarmos sempre a fiar nas Abraços da vida…
A vida era dura e para não sermos moles ouvíamos música da pesada. Tipo durões, que ser contorciam todos a ouvir The Cure. Mas só às escondidas ou só confessados aos ouvidos de umas incautas gógózinhas. A coisa queria era toneladas de doom, sludge, drone, metal, hardcore de cara feia e tudo o que fosse para cavar tão fundo até encontrar petróleo. Dos Crowbar aos Neurosis, dos Life of Agony aos Sick of it All. Era música que falava na cara da malta. Bruta como portões de aço. Feita para homens (meninos...). Com palavras duras. Não havia cá lamento. Era para demolir sem contemplações. É para descarregar? Então é mesmo aqui...Sim, porque a malta não foi do grunge. Só ali uma saltada aos Mudhoney, Green River, Alice in Chains e Soundgarden. O resto era demasiado colegial…
Eu sempre quis encerrar a coisa. Comprar os CDs que as K7s gravaram. Tê-los. Maldita disposição de “posse” numa altura em que ser quer música do tamanho de Ipod. Será que já é fora de expediente lembrar-me de tal («it´s agony» berra neste momento o meu querido Kirk Windstein) heresia?
Não quero convencer nada nem ninguém. Não é a melhor música do mundo. Não é a próxima-grande descoberta. É apenas um deliciar destes prazeres da memória. Já tenho um L do quadrado. Falta outro para formar os quatro vértices…
O tipo desta chafarica, infelizmente, não tinha encerrado um capítulo da adolescência. É coisa pouca. Nada de jardins proibidos ou a menina-que-nunca-beijei. Por aquela altura, basicamente, a malta chegava onde queria…
O assunto que aqui me reporto é tão factual como os dois CDs que me chegaram, via Amazon.. Na altura não havia dinheiro para os comprar, era tudo via k7. A malta com o pouco dinheiro que tinha, investia em delicatessens, que naquele tempo davam por nome de «tascas», e entregava-se aos prazeres regionais, como o vinho mais sarrafado do Cartaxo. Pagar a sala de ensaio, com o dinheiro que vinha do papelão acumulado durante a semana. Outros trocados serviam ainda para visitas ao altar de suas eminências (isso, o Estádio da Luz). E se coisa esticasse, ainda tínhamos direito a reservar uns contraceptivos na farmácia, que é para não andarmos sempre a fiar nas Abraços da vida…
A vida era dura e para não sermos moles ouvíamos música da pesada. Tipo durões, que ser contorciam todos a ouvir The Cure. Mas só às escondidas ou só confessados aos ouvidos de umas incautas gógózinhas. A coisa queria era toneladas de doom, sludge, drone, metal, hardcore de cara feia e tudo o que fosse para cavar tão fundo até encontrar petróleo. Dos Crowbar aos Neurosis, dos Life of Agony aos Sick of it All. Era música que falava na cara da malta. Bruta como portões de aço. Feita para homens (meninos...). Com palavras duras. Não havia cá lamento. Era para demolir sem contemplações. É para descarregar? Então é mesmo aqui...Sim, porque a malta não foi do grunge. Só ali uma saltada aos Mudhoney, Green River, Alice in Chains e Soundgarden. O resto era demasiado colegial…
Eu sempre quis encerrar a coisa. Comprar os CDs que as K7s gravaram. Tê-los. Maldita disposição de “posse” numa altura em que ser quer música do tamanho de Ipod. Será que já é fora de expediente lembrar-me de tal («it´s agony» berra neste momento o meu querido Kirk Windstein) heresia?
Não quero convencer nada nem ninguém. Não é a melhor música do mundo. Não é a próxima-grande descoberta. É apenas um deliciar destes prazeres da memória. Já tenho um L do quadrado. Falta outro para formar os quatro vértices…
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