Shaaaaaaneeeaaaoooooo…
…é o berro que me acorda cada vez que vejo uma foto de Shane MacGowan. Esse mesmo, o vírus irlandês que um dia fundou uma banda de rock`n`roll a tocar umas coisas a atirar para a música irlandesa. Isso: The Pogues. Sendo que, primeiro, o mesmo grupo chamou-se PogueMahone, nomenculatura que foi alterada após os ingleses descobrirem que o nome queria dizer propriamente: Kiss My Arse, em irlandês…
«A Drink with Shane MacGowan» constitui o título do livro que termino. Trouxe de Cardiff. Estava a um bom preço (5 libras). Quem o escreve é uma jornalista que a determinada altura teve que comungar com a pouca higiene de Shane. Victoria Mary Clarke sabia que ele era alcoólico. Estava igualmente informada que o rapaz irlandês tinha aversão a água, fosse de que maneira fosse. Victoria era consciente que o meino gostava de encaixar uns punhos violentos em todo e qualquer antagonista que lhe ofenda a sua Guinness. A «bifa» também ouvia o que o atentado-homem cantava na sua banda. Sabia o que ele lia e o que pensava. Aquilo tudo contado e distribuído levou-os a um colchão térreo e da carne sexual nasceu um amor controverso.
O livro é sobre ele. Sobre eles às vezes. Mas é sobre ele. Um católico alcoolizado desde tenra idade. Entregue aos tios rudes e com falta de banho, que em Tipperary trataram de ensinar ao pequeno Shane de que era feita a Guinness. Mas também do que era feita a terra (a deles). De que era feito o penico que afugentava os guardas que procuravam debaixo da cama uns foragidos do IRA. O que era o rural e o profano. O que era herege e musical. Tudo num só momento. Os pais de Shane foram para Londres e só mais tarde é que este se juntou aos progenitores. Resultado? Clínica de reabilitação ainda nem maior de idade ele era…
O registo literário estende-se por múltiplas conversas. Da devoção previsível aos Dublinners. Do pouco chamamento dos Chieftains. Da visão sobre o momento punk, em que ele esteve na primeira linha. Dos rasgados elogios ao mundo fugaz dos Sex Pistols. Do seu apego ao reggae. Do quanto aprecia Nick Cave. De ser editor de uma zine de nome Bondage. Dos filmes que mais gostou. Dos poetas malditos irlandeses. Dos malfeitores da indústria do disco. Dos colegas de banda. Das trutas que aviava em todo e qualquer pub. De Angola (e desconhecimento político – surpresa!). Dos calabouços da polícia londrina. Das drogas (múltiplas). Da muita droga. Do álcool. Do never ending álcool.
Shane MacGowan é antagónico. Bêbado. Resmungão. Sem sentido. Profundo. Malcriado. Iluminado. Simples. Genial. Bruto como canecas de vidro. Sujo. Agressivo. Sábio. Culto sem ser intelectual. Artista. Rural. Medroso e valente. Um amor de pessoa.
Aqui o escriba pagou uma viagem do seu bolso para ir de Madrid a Londres. Só para os ver (eles, os The Pogues). Escrevi sobre o caso. Deram-me páginas centrais. E fui feliz…muito feliz…Por tudo isso…Just look them straight in the eyes and say…..POGUEMAHONE!!!!
«A Drink with Shane MacGowan» constitui o título do livro que termino. Trouxe de Cardiff. Estava a um bom preço (5 libras). Quem o escreve é uma jornalista que a determinada altura teve que comungar com a pouca higiene de Shane. Victoria Mary Clarke sabia que ele era alcoólico. Estava igualmente informada que o rapaz irlandês tinha aversão a água, fosse de que maneira fosse. Victoria era consciente que o meino gostava de encaixar uns punhos violentos em todo e qualquer antagonista que lhe ofenda a sua Guinness. A «bifa» também ouvia o que o atentado-homem cantava na sua banda. Sabia o que ele lia e o que pensava. Aquilo tudo contado e distribuído levou-os a um colchão térreo e da carne sexual nasceu um amor controverso.
O livro é sobre ele. Sobre eles às vezes. Mas é sobre ele. Um católico alcoolizado desde tenra idade. Entregue aos tios rudes e com falta de banho, que em Tipperary trataram de ensinar ao pequeno Shane de que era feita a Guinness. Mas também do que era feita a terra (a deles). De que era feito o penico que afugentava os guardas que procuravam debaixo da cama uns foragidos do IRA. O que era o rural e o profano. O que era herege e musical. Tudo num só momento. Os pais de Shane foram para Londres e só mais tarde é que este se juntou aos progenitores. Resultado? Clínica de reabilitação ainda nem maior de idade ele era…
O registo literário estende-se por múltiplas conversas. Da devoção previsível aos Dublinners. Do pouco chamamento dos Chieftains. Da visão sobre o momento punk, em que ele esteve na primeira linha. Dos rasgados elogios ao mundo fugaz dos Sex Pistols. Do seu apego ao reggae. Do quanto aprecia Nick Cave. De ser editor de uma zine de nome Bondage. Dos filmes que mais gostou. Dos poetas malditos irlandeses. Dos malfeitores da indústria do disco. Dos colegas de banda. Das trutas que aviava em todo e qualquer pub. De Angola (e desconhecimento político – surpresa!). Dos calabouços da polícia londrina. Das drogas (múltiplas). Da muita droga. Do álcool. Do never ending álcool.
Shane MacGowan é antagónico. Bêbado. Resmungão. Sem sentido. Profundo. Malcriado. Iluminado. Simples. Genial. Bruto como canecas de vidro. Sujo. Agressivo. Sábio. Culto sem ser intelectual. Artista. Rural. Medroso e valente. Um amor de pessoa.
Aqui o escriba pagou uma viagem do seu bolso para ir de Madrid a Londres. Só para os ver (eles, os The Pogues). Escrevi sobre o caso. Deram-me páginas centrais. E fui feliz…muito feliz…Por tudo isso…Just look them straight in the eyes and say…..POGUEMAHONE!!!!
2 Comments:
ÁAAAAAAGUUUUUUUUUUUUUUUUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
("frase" famosa de Quincas Berro D'água no hilariante "A Morte e a Morte de Quincas Berro D'água" de Jorge Amado)
Deste-me a ler esse livro, sim senhor....rapidinho e muito bom....não é bem como tu, que és uma espécie de long drink...
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