Mamma Mia, o João Gilberto!...
…tocou. A malta quer-se dúbia com camisetas de uma banda de metal viril e sentada numa esplanada caseira a sacudir os dedos mindinhos dos pés ao som de João Gilberto. A malta quer-se assim. Dúbia. Elástica. Sem ser finita. Com vácuo. Sem medo da próstata e com uma revista masculina num mão e uns pistachos murchos na outra.
A malta olha para os jornais do dia. Tem uma agenda a cumprir. Mas depara-se com uma chamada de capa luzidia. Um texto de duas páginas sobre um espectáculo de João Gilberto, no Rio de Janeiro, 17 anos depois. Ah, mas a malta tem uma agenda a cumprir. Superfície comercial de corpos desnudos, peles morenas assanhadas e uns ténis em promoção. Mas este Verão já comprei os que queria, não levo estes. Vamos ao cinema e são 10h00 da manhã.
O musical «Mamma Mia» foi para o cinema. A Meryl Streep está deslumbrante. Parece um travesti e, em todo o caso, o meu baixo-ventre intomesceu-se. Há de tudo. Pés-de-pato sincronizados, aquelas cabecinhas tolas a sair detrás de um muro para cantar um agudo qualquer, umas coreografias mais tolas e coloridas. A Broadway e o Finalmente ali tão perto. Ah, e a Meryl Streep canta um alinhamento muito bem conseguido. (Canta? Eu escrevi canta? É que ainda não li o texto sobre o espectáculo do João Gilberto…)
Os cenários gregos são muito apropriados e para filme de entretenimento mais vale esta alegria (sobejamente gay) do que a frieza fatal de um Sweeney Todd (Sarinha, estiveste muito bem no Teatro Aberto). O «Mamma Mia» foi muito bem pensado. Há uma história bonita transportada do frio da Suécia para o mar da Grécia. (Eu escrevi mar? Como teria sido o espectáculo de João no Municipal do Rio? Falou de Ipanema quando eu estou mesmo é no cinema?…)
É um épicozinho. Não é um épicozão. E também não estou em poses rudes de pelo na venta enquanto matraquilho o teclado. Nem me saiu nenhuma bola de pensamento com o indicador «épico=lamechas» e eu que sou tão ciente do que disse. («Doralice, eu bem que te disse, Amar é tolice, é bobagem, ilusão, eu prefiro viver tão sozinho ao som do lamento do meu violão»…terá cantado esta?)
Agenda profissional cumprida. Regresso à base. Onde anda o Público? Anabela Mota Ribeiro assina o texto. Chego ao fim do mesmo muito extasiado. A degelar de inveja. Com os cotovelos flamejantes de tanta ardor. Queria tanto lá ter estado. Arranjaria 1000 ou 250 reais para o ingresso. Mais as passagens. Uma passagem para um «outro universo». O texto é genial. É completo. É feito de coisas simples. Directas. Com uma ou outra arrogância de género (tão bom!!!).
O próprio do João, provavelmente, nunca o poderei ver inloco. Já terei sonhado com as músicas do moço. Esse tipo de idade nunca avançada e com uma musicalidade mais actualizada que a de tantas almas deste mundo…
Mamma Mia, o João tocou e eu não estava lá. Apanho-te num «cantinho» com «um violão» lá no éter das coisas meio eternas. Pelo menos fala-me. Mesmo que sejas arrogante, toca-me «O Pato» só para eu me rir e desistir de ti…
A malta olha para os jornais do dia. Tem uma agenda a cumprir. Mas depara-se com uma chamada de capa luzidia. Um texto de duas páginas sobre um espectáculo de João Gilberto, no Rio de Janeiro, 17 anos depois. Ah, mas a malta tem uma agenda a cumprir. Superfície comercial de corpos desnudos, peles morenas assanhadas e uns ténis em promoção. Mas este Verão já comprei os que queria, não levo estes. Vamos ao cinema e são 10h00 da manhã.
O musical «Mamma Mia» foi para o cinema. A Meryl Streep está deslumbrante. Parece um travesti e, em todo o caso, o meu baixo-ventre intomesceu-se. Há de tudo. Pés-de-pato sincronizados, aquelas cabecinhas tolas a sair detrás de um muro para cantar um agudo qualquer, umas coreografias mais tolas e coloridas. A Broadway e o Finalmente ali tão perto. Ah, e a Meryl Streep canta um alinhamento muito bem conseguido. (Canta? Eu escrevi canta? É que ainda não li o texto sobre o espectáculo do João Gilberto…)
Os cenários gregos são muito apropriados e para filme de entretenimento mais vale esta alegria (sobejamente gay) do que a frieza fatal de um Sweeney Todd (Sarinha, estiveste muito bem no Teatro Aberto). O «Mamma Mia» foi muito bem pensado. Há uma história bonita transportada do frio da Suécia para o mar da Grécia. (Eu escrevi mar? Como teria sido o espectáculo de João no Municipal do Rio? Falou de Ipanema quando eu estou mesmo é no cinema?…)
É um épicozinho. Não é um épicozão. E também não estou em poses rudes de pelo na venta enquanto matraquilho o teclado. Nem me saiu nenhuma bola de pensamento com o indicador «épico=lamechas» e eu que sou tão ciente do que disse. («Doralice, eu bem que te disse, Amar é tolice, é bobagem, ilusão, eu prefiro viver tão sozinho ao som do lamento do meu violão»…terá cantado esta?)
Agenda profissional cumprida. Regresso à base. Onde anda o Público? Anabela Mota Ribeiro assina o texto. Chego ao fim do mesmo muito extasiado. A degelar de inveja. Com os cotovelos flamejantes de tanta ardor. Queria tanto lá ter estado. Arranjaria 1000 ou 250 reais para o ingresso. Mais as passagens. Uma passagem para um «outro universo». O texto é genial. É completo. É feito de coisas simples. Directas. Com uma ou outra arrogância de género (tão bom!!!).
O próprio do João, provavelmente, nunca o poderei ver inloco. Já terei sonhado com as músicas do moço. Esse tipo de idade nunca avançada e com uma musicalidade mais actualizada que a de tantas almas deste mundo…
Mamma Mia, o João tocou e eu não estava lá. Apanho-te num «cantinho» com «um violão» lá no éter das coisas meio eternas. Pelo menos fala-me. Mesmo que sejas arrogante, toca-me «O Pato» só para eu me rir e desistir de ti…
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