Duas Coisas Muito Importantes

Na era da imagem. Sem imagens. Só palavras de duplo sentido. Que desenham qualquer coisa...

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Location: Lisboa, Olissipo, Portugal

Wednesday, August 27, 2008

Eeeee… Marcelíssimo,

…quero que saibas que muito te quero. Não te admiro. Não do ponto de vista do acto de contrição. Prefiro antes segurar-te na mão e sair a correr num túnel escuro da filosofia de bolinho de bacalhau.

O que muito gosto (e talvez aí sim, admire) é o acto contínuo com que nos subjugas ao lugar do nada. As partidas e chegadas que nos nossos pensamentos flúem cada vez que nos sentamos à volta de um tinto alentejano. Ou à volta de uma canção tua (é mais por aqui, é…).

O quanto que gosto de ti, já te o disse no calor de um abraço barbudoObrigado pelo desafio»). Poder fazer “en-garde” consecutivos com espadas encefálicas. Desafiares-me a prova azeitonas em pleno Bairro da Urca e eu a encostar-te nuns croquetes de Campo de Ourique. Escangalhares a minha ideia sobre o Jô Soares e impores com grande à vontade a qualidade do Roberto Carlos (ainda não cedi, mas….). E Londres? Odeias. Adoro.

Tens um pedaço da vida gravado em quatro discos. Eu tenho-os a todos (minto, não tenho o «Ventura», só o copiei!). E tenho DVDs e o diabo a quatro. Tenho porque reconfirmei o meu interesse em ti, no Barba, no Medina e no Ruivo, quando o nosso Henrique Amaro vos colocou numa compilação, em 2002 (o tema era «Todo o Carnaval tem seu fim»). A partir tive ainda mais vontade de vos ter por perto. Ter, tenho e tenho. Tenho vontade até de discutir contigo porque é que temos (lá está) esta necessidade de ter, numa altura em que a nossa música vem por cabo, satélite ou outras modernices.

Tenho até vontade de te ligar e dizer que nos encontramos ali no Leblon, na esquina dos Sucos de Tangerina, que os Beastie Boys eternizaram. De te convidar de forma matreira. O que queria mesmo era ouvir-te lá no teu apartamento. Lá. Num show especial para umas almas devotas ao que fazes com as mãos e ao aconchego melódico do sopro que sai detrás da tua cara felpuda.

E era gajo para mandar abaixo uma Duas Quintas (tinto!) e a ver-te na viola a acompanhar a bela fadista, em plena Alfama. Isto por entre um queijo fresco apimentado e uma risada sobre o que é festinha do “parecer” e o que é o festão de “ser”. Sobre não nos levarmos a sério, basicamente…

Obrigado pelo restaurante “polonês”. Obrigado pela aquela marchinha com letra sobre Copacabana, que tanto canto (cantamos!) em dias de sol. Obrigado pelo Posto 9 e o Shopping da Siqueira. Obrigado pela «Menina Bonita» que é «Bordada de Flor» que tão bem ficava aos meninos do Bairro 6 de Maio (eles perguntaram por ti, bandido!). Eeeeeeee…o quão bom que seria esse regresso!!!

Obrigado por continuares a debitar sons como os que aí se adivinham. Obrigado por tudo o que resume estar a deixar escorrer palavras sem muito estruturar ou equacionar o que para aqui vai. Obrigado por não termos saudades de nada. «Por defeito ou feitio», repetiste-me tu, mas felizes. Obrigado por não concordares comigo. Obrigado abençoado criador. Eu, Pedrovski, sinto-me parte desse «Nós» que vais espalhar no mundo. Deixo-te o «Sou» só para ti…

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