Alma de taxista…
…devo ter alma de taxista. Apresento sintomas indeléveis que dentro deste antro de má vida está alojado um bigode farfalhudo, uma buzina latente, um vernáculo ocasional, apetite por mapas e caminhos e ladeiras e esquinas e garagens, e capacidade (assumida) para desconversar.
Cada vez que viajo de táxi sinto uma simpatia e cumplicidade com os homens do volante que até me enternece. Dou por mim a sugerir caminhos perante a concordância absoluta dos “chóferes”. E eles discutem de forma saudável e aprazível os vários caminhos a tomar. Tocam os sininhos com tanto amor…
Consigo chegar a níveis de intimidade que vão de encontro aqueles corações felpudos daqueles machos fedorentos (sem suor, não é taxista), sempre capazes de mandar a senhora com o pisca trocado para a meretriz da prima delas. Desde a confissão de casos extra-matrimoniais a violência doméstica (sim, eles a apanharem delas), divórcios latentes, voltas até às Caldas da Rainha, Elefante Branco, estações de rádio, a ciência nula do futebol (claro!), ou como partindo de uma observação meteorológica desbocamos nos fartos seios da loira que está prestes a atravessar a passadeira.
Sempre que entro num carro, que não um táxi, assumo o comando do volante (será que Freud já tinha qualquer coisa a dizer sobre este facto?). Gosto de servir um bom passeio. Não raras as vezes pergunto a quem me acompanha se quer por ali ou por acolá, definindo por «passeio» ou «directo ao assunto». Tenho um contra enquanto motorista, não buzino.
Sou rapazinho para azucrinar o motorista do táxi acerca das suas escolhas na hora de sintonizar uma estação de rádio. Mais mexida. Menos cantada. Mais notícias. Mais rádio de táxis a pedir uma viatura para o Califa…
Em dias mais mórbidos, de silêncio do passageiro (euzinho), viajo nas histórias que estarão para lá do olhar cansado que o retrovisor estampa. Quem será aquele homem às 05h00 da manhã, cheio de energia para apitar numa rua ampla tendo só um carro pela frente?
Entre tantas outras sintonias com os homens da praça, tenho uma da qual me orgulho e que nunca me falha. Nunca, nem mesmo em plena Avenida da Boavista, no Porto, quando encalho com um parceiro dos sete costados e acabamos por discutir o assunto tabu - futebol. Acima de tudo tenho a melhor qualidade para ser taxista, sou do Benfica!...
Cada vez que viajo de táxi sinto uma simpatia e cumplicidade com os homens do volante que até me enternece. Dou por mim a sugerir caminhos perante a concordância absoluta dos “chóferes”. E eles discutem de forma saudável e aprazível os vários caminhos a tomar. Tocam os sininhos com tanto amor…
Consigo chegar a níveis de intimidade que vão de encontro aqueles corações felpudos daqueles machos fedorentos (sem suor, não é taxista), sempre capazes de mandar a senhora com o pisca trocado para a meretriz da prima delas. Desde a confissão de casos extra-matrimoniais a violência doméstica (sim, eles a apanharem delas), divórcios latentes, voltas até às Caldas da Rainha, Elefante Branco, estações de rádio, a ciência nula do futebol (claro!), ou como partindo de uma observação meteorológica desbocamos nos fartos seios da loira que está prestes a atravessar a passadeira.
Sempre que entro num carro, que não um táxi, assumo o comando do volante (será que Freud já tinha qualquer coisa a dizer sobre este facto?). Gosto de servir um bom passeio. Não raras as vezes pergunto a quem me acompanha se quer por ali ou por acolá, definindo por «passeio» ou «directo ao assunto». Tenho um contra enquanto motorista, não buzino.
Sou rapazinho para azucrinar o motorista do táxi acerca das suas escolhas na hora de sintonizar uma estação de rádio. Mais mexida. Menos cantada. Mais notícias. Mais rádio de táxis a pedir uma viatura para o Califa…
Em dias mais mórbidos, de silêncio do passageiro (euzinho), viajo nas histórias que estarão para lá do olhar cansado que o retrovisor estampa. Quem será aquele homem às 05h00 da manhã, cheio de energia para apitar numa rua ampla tendo só um carro pela frente?
Entre tantas outras sintonias com os homens da praça, tenho uma da qual me orgulho e que nunca me falha. Nunca, nem mesmo em plena Avenida da Boavista, no Porto, quando encalho com um parceiro dos sete costados e acabamos por discutir o assunto tabu - futebol. Acima de tudo tenho a melhor qualidade para ser taxista, sou do Benfica!...
2 Comments:
irra, se não te conhecesse e te amasse do fundo do coração diria que tinhas tudo para te odiar...
Amor não tem género...é aleijadinho, cego, surdo e mudo...e é muito nosso!!!
Post a Comment
<< Home