Duas Coisas Muito Importantes

Na era da imagem. Sem imagens. Só palavras de duplo sentido. Que desenham qualquer coisa...

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Thursday, November 08, 2007

Não é que (parte II)…

…me queira repetir. Ou até parecer um rezingão com pouco mais que fazer do que propriamente andar a tentar apanhar o rabo com a própria boca. Mas os Radiohead mexeram com a malta. Em duas fases distintas. Numa primeira fase pela sua qualidade musical (primeira metade da carreira), e, posteriormente, pela tentativa de extrapolar limites impostos pelas condicionantes da nova era tecnológica (segunda metade da carreira).

A polémica foi tal que só neste cantinho lusitano de esquizofrenias múltiplas suscitou reacções tão díspares que, não sendo case study, poderiam servir para percebermos que a banda tem importância muito significativa por estas paragens, e que muito boa gente percebeu que os rapazes tentaram algo mais do que a edição de um disco.

Os românticos (como tão bem descreveu o meu excelso Vítor Belanciano num artigo sóbrio no Público) não perceberam a profundidade da prosa apresentada pelos Radiohead. E qual dama encantada pela viola do fidalgo, deixaram-se cair em tentação (da cantiga), não se livrando do mal.

Caíram na cantiga do malandro. Cantaram a plenos pulmões que o mundo ia mudar, girar, ficar de cabeça para baixo, despir-se, comer-se, tudo e mais alguma coisa. Tudo porque a banda acabará de editar o seu último álbum via online. Assim de grosso modo, claro está.

Mas a boca azedou quando a notícia de que o grupo de Oxford iria (também) vender o seu novíssimo e estimado álbum via circuito normal. Ó que grande espanto! E tudo porquê? Múltiplas razões, certamente.

Tudo isto já estaria pensado? As canções (diz-se) até são os lados B de algo que estará por sair pela via normal? As canções são fracas e havia que colocar a máquina de markting em movimento? Só algumas questões. Pobres e nada mais. A chica-espertice engana um, mas não engana o mundo…

Muitos acabaram por não pagar um quinhão que seja pelo download do álbum e qual reviravolta do político mais demagogo, o grupo vê-se obrigado a chegar ao mercado normal via o seu mísero CD. Isto é, a reviravolta mundial do negócio da música acabou por contornar uma espécie de alguém que grita na praia que «vem aí um Tsunami» para todos olharem para o mar e o alarmista poder gamar a carteira da senhora incauta e distraída a olhar para o horizonte marítimo.

A reviravolta. O drama. O horror. Adeus românticos. Olá românticos. Soluções? Há?

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