O triunfo do pântano…
…finalmente. Já era hora de assumir que este nosso Portugal privilegia o pântano em detrimento de tudo o que mexa. Têm existido algumas tentativas insuficientes do ponto de vista do aniquilamento de todo e qualquer pensamento que perturbe a ordem pantanosa do desenvolvimento intelectual deste tão querido País. Optamos sempre por «as coisas como são». «Dantes é que era». «Foi sempre assim». Porque não dar continuidade a esta característica mas de uma forma cabal e para que não constem dúvidas?!?!
Caso pragmático. Atente-se no resultado veiculado pelo provedor do ouvinte das rádios estatais, José Nuno Martins. O relatório anual foi divulgado e a confusão instalou-se. O esmerado comunicador, agora polícia maior do hertz estatal, indicou que uma das estações de rádio do Estado (Antena 3) poderia incorrer no risco de perder o financiamento. Causa? «Excessiva modernidade da música da playlist da emissora», entre outras. Agora…já depois dos fígados trucidados, do petardo rebentado no estômago, do esfacelamento encefálico de tão aberrante resultado, recuperamos e tentamos pensar (sim, que isso doi).
Que Portugal é este? Que ouvintes serão esses que se queixam? Que legitimidade terá o provedor do ouvinte? Que mal tem a modernidade?!?! Mas que merda é esta??!?!
A Antena 3 é a rádio que mais trabalhou a qualidade nacional. Sem dúvida. E não o fez com aquela perspectiva irritante de encarar os músicos e artistas portugueses como seres menores. Mas optando antes por encaixar a crescente qualidade nacional com produtos internacionais. Os mais reaccionários estão na linha da frente no queixume. «Não há nada de novo». «No tempo do Rock Rendez Vous é que era». E tantos outros bla bla blas, típicos de quem não arrisca desviar-se da rota casa-trabalho-casa. Mudam-se os tempos, deviam mudar-se os postos…
A Antena 3 deu espaço ao erro. Não teve medo da evolução. Tem sido altifalante de uma nova portugalidade. Da diáspora em acção. Dos Fadomorse aos Buraka Som Sistema. Da Kumpanhia Algazarra aos Bunnyranch. Dos Linda Martini aos Blind Zero . Todos. Todos foram crescendo com a rádio. Muito graças à «Quinta dos Portugueses», que tantas críticas recebeu mas que os proveitos estão à mostra. (Um bem haja, caro Luís Montez!). A iniciativa possibilitou uma maior difusão do trabalho mas também com uma obrigatoriedade de apresentar um produto final que correspondesse a um padrão de qualidade mais do que a de «razoável».
Gosto quando a Antena 3 não divulga maquetas. Não o faz, simplesmente. Obriga a um esforço suplementar de quem julga que mandar umas castanhadas em guitarras já pode ser o melhor da sua freguesia.
Os padrões elevaram-se. A Antena 3, paulatinamente, foi conquistando ouvintes exigentes. Que necessitam de novidades diariamente. Que não se importam de estar a ouvir uma rádio e esperarem pelo final de uma determinada música para saber que artista novo se trata.
O meu caro José Nuno Martins, com todo o respeito, não pode embarcar numa onda resultadista. As rádios estatais servem para serviço público e não para fins comerciais. Para repetir os Bryan Adams da vida já existem milhentas cópias. Quero uma Antena 1 em força com Amélia Muge, com Fausto, com Brigada Victor Jara, com Vitorino. Quero uma Antena 3 com Hiena, Dead Combo, Cartel 70, Oioai, Cool Hipnoise, Xutos & Pontapés. E quero porque pago os meus impostos e também mereço ser ouvido, caro provedor…
Caso pragmático. Atente-se no resultado veiculado pelo provedor do ouvinte das rádios estatais, José Nuno Martins. O relatório anual foi divulgado e a confusão instalou-se. O esmerado comunicador, agora polícia maior do hertz estatal, indicou que uma das estações de rádio do Estado (Antena 3) poderia incorrer no risco de perder o financiamento. Causa? «Excessiva modernidade da música da playlist da emissora», entre outras. Agora…já depois dos fígados trucidados, do petardo rebentado no estômago, do esfacelamento encefálico de tão aberrante resultado, recuperamos e tentamos pensar (sim, que isso doi).
Que Portugal é este? Que ouvintes serão esses que se queixam? Que legitimidade terá o provedor do ouvinte? Que mal tem a modernidade?!?! Mas que merda é esta??!?!
A Antena 3 é a rádio que mais trabalhou a qualidade nacional. Sem dúvida. E não o fez com aquela perspectiva irritante de encarar os músicos e artistas portugueses como seres menores. Mas optando antes por encaixar a crescente qualidade nacional com produtos internacionais. Os mais reaccionários estão na linha da frente no queixume. «Não há nada de novo». «No tempo do Rock Rendez Vous é que era». E tantos outros bla bla blas, típicos de quem não arrisca desviar-se da rota casa-trabalho-casa. Mudam-se os tempos, deviam mudar-se os postos…
A Antena 3 deu espaço ao erro. Não teve medo da evolução. Tem sido altifalante de uma nova portugalidade. Da diáspora em acção. Dos Fadomorse aos Buraka Som Sistema. Da Kumpanhia Algazarra aos Bunnyranch. Dos Linda Martini aos Blind Zero . Todos. Todos foram crescendo com a rádio. Muito graças à «Quinta dos Portugueses», que tantas críticas recebeu mas que os proveitos estão à mostra. (Um bem haja, caro Luís Montez!). A iniciativa possibilitou uma maior difusão do trabalho mas também com uma obrigatoriedade de apresentar um produto final que correspondesse a um padrão de qualidade mais do que a de «razoável».
Gosto quando a Antena 3 não divulga maquetas. Não o faz, simplesmente. Obriga a um esforço suplementar de quem julga que mandar umas castanhadas em guitarras já pode ser o melhor da sua freguesia.
Os padrões elevaram-se. A Antena 3, paulatinamente, foi conquistando ouvintes exigentes. Que necessitam de novidades diariamente. Que não se importam de estar a ouvir uma rádio e esperarem pelo final de uma determinada música para saber que artista novo se trata.
O meu caro José Nuno Martins, com todo o respeito, não pode embarcar numa onda resultadista. As rádios estatais servem para serviço público e não para fins comerciais. Para repetir os Bryan Adams da vida já existem milhentas cópias. Quero uma Antena 1 em força com Amélia Muge, com Fausto, com Brigada Victor Jara, com Vitorino. Quero uma Antena 3 com Hiena, Dead Combo, Cartel 70, Oioai, Cool Hipnoise, Xutos & Pontapés. E quero porque pago os meus impostos e também mereço ser ouvido, caro provedor…
4 Comments:
Nem mais, Pedrito. Mas não lhe dês muito na cabeça, afinal de contas estás a falar sobre alguém que pensou há uns anos atrás "já sei, vou fazer um programa de televisão sobre... anúncios!". Foi através da Antena3 que, apesar de estar fora do país, consegui "estar" nos festivais. Modernices.
Ora meu bonequinho, ainda bem que comungamos...não no altar...beiinho (obrigado pela visita)
Embora seja "notícia" antiga, desta não sabia... impressão minha ou tem cheirinho a lápis azul...
Mas é vero minha cara Dinácia...essa é que foi essa...
Post a Comment
<< Home