Hang the DJ…
A palavra de ordem do jovem Steven Patrick Morrissey, no ido ano de 1987, volta a fazer todo o sentido quando nos despedimos de Londres, quatro noites e dez bandas depois da chegada quentinha junto de entes queridos que nos esperavam para os lados de Chelsea, e os seus maravilhosos English Breakfeast`s!
Mesmo que bandas como New Young Pony Club ou Cansei de Ser Sexy não passem de passadismos kitschs a atrever-se ao mau gosto e a um hype completamente descartável, ou uns Klaxons a refugiarem-se em sequenciadores e programações várias – ainda assim um «movimento» de respeito, são bandas como os Sunshine Underground nos fazem saltar de uma timidez de turista numa sala quentinha como Hammersmith Palais (sala que «diz que» vai fechar...). Os Sunshine Underground são a festa que os Happy Mondays tentaram eternizar e que os The Rapture encolheram para um mundo descartável do mais-parecer-do-que-ser. Os Sunshine Underground apresentam-se como uns bifes que tresandam a Albufeira. Não são bonitos (elogio maior!). Melhor, não têem pinta nenhuma! Usam punk-funk como uma loira londrina usa baton. E depois de alguns minutos de folia, o baton esborrata a cara da pálida nativa assim como a banda vira a sala do avesso. Viva, a música sobrevive a tudo, como comprovou a folia final de todas as bandas em cima do palco a prolongarem a soberba versão dos Klaxons a «Not Over Yet» (Grace).
E os Sunshine Underground fazem mais sentido ainda na noite seguinte,
Já em jeito de ressaca de qualidade, apenas saudando a pertinência socio-musical de apanhar um punhado de bandas que amanhã não passa de nomes perdidos em bilhetes antigos, refugiamo-nos numa guitarra portuguesa tocada por um pijama de padrão escocês numa manhã a pedir água retemperadora de mais uma noite atrevida.
Última noite, último fôlego musical. Wembley Arena. Já a cavar bem fundo, muito perto do petróleo desconhecido, os Black Rebel Motorcycle Club clamam por um novo emprego. Miserável prestação. «E agora, man?», pergunta-se ao parceiro de viagem. E agora? Entretenimento puro. The Killers em muito bom estado. Recomendáveis numa escala de 9 em 10. Confetis, um palco transformado em saloon, americanice sem recair no labreguismo tonto. Mais Bruce Springteen do que Redneck. Barriguinha cheia de guitarras, baixos, pianos, sintetizadores, baterias (mas que baterista!!!!), e vozes bem metidas. Steven, continuas a fazer sentido «Hang the DJ, Because the music that they constantly play, IT SAYS NOTHING TO ME ABOUT MY LIFE»!!!!
3 Comments:
Às compras sim, ou a tentar, porque afinal "Londres é cara". E Carnaby Street não. Sou mais Covent Garden! :)
Se soubesse que lá estavas até te convidava para um serão num pub. Tu bebias e eu falava!
E obrigada por explicares o que queria saber: das dez bandas, parece que afinal poucas valeram de facto a pena. :)
Das dez bandas, temos que arriscar. Porque fácil seria ver milhentos concertos dos Xutos, certo? Diz que é sempre bom...
No risco é que está o ganho.
Fixa: Sunshine Underground
É por isso que gosto de ir a festivais com muitos nomes que não conheço. Pelo risco.
Quanto aos Sunshine Underground, coincidência ou não, hoje (ontem) ouvi na rádio (passou o Zé Pedro dos Xutos!) e gostei. Não foi a loucura, mas gostei. Tenho de ouvir melhor. :)
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