Porque é que os dias tremem?
Constipação. Não vale a pena pensar que uma constipação possa largar o nosso corpo com uma auto-medicação. Ou com vacinas. Com um copo de leite largado no fogão entre o alcance dos chinelos e o cumprimento de uma necessidade fisiológica com uma engelhada e ligeira altercação física matinal entre mãos. Ou mesmo com repouso. Com lareiras. Ou com lenços de algodão quentinhos. Debaixo de uns edredons invernosos. Ou, no mais autofágico movimento, com uma garrafa de whiskey.
Nenhuma das hipóteses é suficiente. O que fazer então? Nada como a sapiência materna para afugentar o mau olhado dos fungos. Nada como o leitinho quente servido na cama por aquela criatura, que pelo menos gemeu duas vezes na sua vida. Uma, de prazer na hora da feitura (suponho eu…). Outra, na hora de rebentar o útero para me soltar do anonimato para as mãos de um parteiro gay, que não me conhecendo, esbofeteou-me nas nádegas à espera de um olhar carinhoso da minha parte…
E com a bênção materna parte-se em busca do fumo das caves do fim-de-semana. Do OndaJazz, via ProjectoYeti, nos 36 segundos brilhantes de cada tema. E não se fuma nas mesas da frente. Para o fumo total (empedernido) no Armazém C2, em Alcântara, para ver o Tony Carreira de Trench Town, cidade de Kingston. O próprio, o senhor Gregory Isaacs. Um ex-Trojan Records e um feitor de baladonas e embalos fumarentos ainda o calyspo fazia roçar as incautas nos americanóides arrítmicos alojados nos hotéis de Kingston. Um desespero bem vestido.
E o coração a bater. E os dias passam a tremer. Eram 20h26 de domingo e o João Bosco largava-me a mão. Mas João, eu queria agarrar-lhe a mão, esse louvado membro, acompanhado por outro gémeo, que nos têm dado esse samba demasiado técnico para a sexualidade humana. A sério João, agradeço-lhe. Aliás, a minha mãe só me trouxe o leitinho à cama para uns dias depois o poder cumprimentar. Mas sabe João, hoje tenho uns amigos
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