No dia em que o taxista invadiu-me
Para esmiuçar a coisa, sugiro ainda uma leitura mais pormenorizada aos taxistas do Porto. Case study observável do ponto de vista de um alfacinha, está claro. E como numa boa loja chinesa, existe todos os tipos de taxistas. Os que se estão nas tintas para este “lisboeta finório”. O simpático quase a soltar um gás de familiaridade (“com este sol, Elas até reluzem”). O confidente lampião que um dia levou Reinaldo Teles ao Casino e sofre com as clientes da Av. da Boavista que exigem o relato de futebol no rádio do taxi. O afável na hora de enganar o patrão (“mas meto só isto ou arredondo para 10?”). Os que levantam o volume do rádio mal farejam “alface” no carro (“bai cumbersar cu…”). Os que sugerem francesinhas em Canelas (Gaia). Os que relembram as duas “bafatadas” cravadas “nu trumbil” da filha pela falta de respeito ao progenitor. Os que comunicam com os locais num dialecto pouco descodificável aos forasteiros (“pundié o meliá?”). Ou os que, simplesmente, em menos de
“É para o Zé da Serra, em Gaia, por favor”, peço ao taxista com alguma, legitima, boa educação. Ele? Nada. Continuou ao telemóvel. Arranca e umas palavras enternecedoras: “oh, depois lhigo-te, unte preocupes”…No cantante, fado. Mas um fado torto. De k7. Ele, grisalho e cabelinho à búlgaro, versão Paulo Futre de cachucho. O carro já estava com 2.60 de taxímetro, quando o digníssimo profissional faz uma pausa na conversa telefónica e pergunta: “prádonde?”. “Restaurante Zé da Serra, em Gaia”, reconfirmo. O bigode lá deixa de murmurar ao telefone e a concentração seguiu na estrada. Um BMW feminino decide interromper a sessão de fado. Passámos o Marquês e os automóveis abalroam-se. “Ó que cuaralho, fudeu-me o carro tuodo, ó cuaralho…”. Despedi-me ao perguntar ao profissional da estrada se precisava do meu auxílio. “Obrigadinho, a menina sabe como muntou!”. Ora bem! “Quisto só num acuntece a quengue cá num ãunda!”. Adeus, que vou ter com a cultura viva do meu País (Brigada Victor Jara) que já mandaram vir uma cabeça de Garoupa prá mesa, acompanhada de filetes de Polvo e postas de Corvina. É
5 Comments:
Ai pedro, acertaste em cheio....tenho muitaaaaaaaaas historias para contar sobre taxistas.......esta noite vais vê-las.....
Irra !!! Que já não visitava a "Chafarica" vai para algum tempo ... E coiso ... Aventuras com Táxistas são as melhores ... é ... tenho, assim que me lembre, de duas ... mas um dia, conto !!! ;o) Não quero matar ninguém de tédio !
Hey, e a posta Semanal, cadê ?!?!
** Hasta **
Ai!!!!
Muito obrigado por aceitarem o desabafo. E confesso que a relação com os mestres da condução é melhor a dois...sem plateia...na intimidade...
Tenho andando atrapalhado com trabalho, mas a posta semanal já cá canta...
Mas desconfio que tenho que regressar esta semana...Depois de Wordsong e Cradle of Filth, sobram-me a Rihanna e o David Fonseca...a ver, a ver...
É cum caralh....o!
Ehehehhe
Oi baby!!!
Wilkomen sie!
Ou isso...
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